Quase 500 mortes no trânsito de janeiro à julho deste ano no Espírito Santo

Dados divulgados pelo Observatório da Segurança Pública do Espírito Santo apontaram que apenas de janeiro à julho deste ano, o Espírito Santo registrou 467 vítima fatais no trânsito. O número representa um aumento de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a pesquisa, o município capixaba que lidera o número de mortes é a Serra, com mais de 40 vítima fatais no trânsito. Em seguida, vem Cachoeiro de Itapemirim com 31 mortes, depois Linhares com mais de 20. Vitória e Vila Velha fecharam juntas, com 25 vítimas.

No cenário nacional, os números de vítimas fatais também estão aumentando. Apenas em 2018, foram mais de 46 mil brasileiros mortos em acidentes ocorridos em ruas e estradas nacionais. O número representa 128 mortes por dia nas estradas brasileiras.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego no Espírito Santo (Abramet – ES), Sandro Rotunno, explica que além da perda de vidas, estes números também representam um prejuízo para e economia. “O trânsito custa muito caro para o Brasil. Nós temos o custo direto que seria a remoção do acidentado para o hospital, por exemplo, através do SAMU. Temos também o custo do hospital em si, atendimentos, cirurgias, exames e próteses”, disse.

Causas

Rotunno aponta que a falta de manutenção das vias é um dos fatores que levam aos acidentes fatais. “Nossas vias urbanas tem muitos problemas, muito buracos, desníveis que desfavorecem e acabam causando acidentes. Fora que nossas rodovias são muito antigas, não comportam o que temos hoje”.

Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal mostrou que os acidentes seguem sempre o mesmo perfil. No ano passado, as principais causas foram a falta de atenção à condução, desobediência as normas de trânsito e velocidade a cima da permitida nas vias. “O uso de celular para trocar mensagens ao volante e a pé, enquanto se está atravessando a rua são alguns dos fatores que causam isso. Muitas mortes que poderiam ser evitadas”, ressaltou o Diretor Geral do Detran no Espírito Santo, Givaldo Vieira.

Segundo ele, apesar dos números altos, existe fiscalização para tentar inibir esses motoristas. “Nós temos projetos que reúnem várias instituições, inclusive as forças policiais, com ações de fiscalização em todo estado. Nosso foco é principalmente no consumo de álcool, motocicletas e transporte de rochas”, disse.

Mudanças

O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego no Espírito Santo (Abramet – ES) destaca que um dos principais desafios do órgão nesse momento, está sendo a tentativa de barrar uma proposta do Governo Federal que pretende permitir a renovação da CNH apenas de 10 em 10 anos, não de 5 em 5 anos, como é atualmente.

“Nós estamos tentando mostrar aos nossos parlamentares o quanto o corpo humano pode mudar em 5 anos, principalmente em 10. Um dos exemplos disso, é que essa questão pode também aumentar o número de acidentes por doenças”, explicou.

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