Barra de São Francisco supera o caos e reduz, em um mês, de 928 para 98 os casos ativos de Covid-19

Um dos epicentros da variante inglesa do coronavírus no Espírito Santo, Barra de São Francisco conseguiu o que parecia impossível: em apenas 33 dias, conseguiu reduzir de 928 para 98 os casos ativos de Covid-19. A notícia é destaque nesta noite na coluna Leonel Ximenes, do Portal Gazeta Online.

O secretário municipal de saúde, Gustavo Lacerda, havia previsto no dia 20 de abril essa queda e esperava que ela se desse até o final do mês. Demorou um pouco mais, porém ser concretizou com a divulgação do mapa Covid no final do dia desta terça-feira (11).

A queda se deu depois que os meses de março e abril apresentaram um quadro tráfico, enfrentado pelas autoridades municipais com vigor de um lado e criatividade do outro. Os números de maio são ainda mais significativos quando, há exatos 30 dias, o município convivia com índices assustadores: dobrou, em 40 dias, de 70 para 140 o número de mortos. Isto depois de ver o número de óbitos crescer de 43 em todo o período anterior para 70 em março.

Quando explodiram os casos no início de março, o Hospital Estadual Dr Alceu Melgaço Filho foi adaptado, por orientação da Secretaria de Estado de Saúde, para referência em tratamento de Covid, mas o quadro era dramático: chegou a ter 67 pacientes internados, sendo 10 entubados na UTI e 11 entubados na enfermaria. O resultado não poderia ser diferente: em um só dia chegaram a morrer oito pessoas, gerando fila de carros funerários no hospital.

Imediatamente, a administração municipal partiu para a ação: decretou estado de emergência e calamidade na saúde, fechou lojas e indústrias e decretou toque de recolher das 20 às 6 horas; paralelo a isso, tomou posse de um prédio de 1.500 metros quadrados, que estava fechado há quatro anos, e o transformou, em sete dias, em centro de atendimento a pacientes de Covid, com 50 leitos hospitalares para a atenção inicial.

Ao mesmo tempo, iniciou testagem massiva, com equipes visitando os distritos para fazer um cinturão sanitário, enquanto o cronograma de vacinação seguia a programação das autoridades estaduais e federais. Foi criado também um centro de apoio alimentar para fornecer cerca de 800 refeições diárias à população em situação de vulnerabilidade.

A parte mais criativa ficou por conta do incentivo ao uso de máscaras de proteção. O prefeito Enivaldo dos Anjos (PSD) determinou a realização de uma campanha para sortear cestas básicas, leitoa assada, cabrito e até uma vaca com bezerro entre as pessoas usando máscara.

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