FALSOS FISCAIS DO IEMA SÃO PRESOS POR APLICAR GOLPES NO NORTE DO ES

Três golpistas foram presos em Colatina nesta terça-feira (20). Eles se passavam por fiscais do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (Iema) e cobravam propina de R$ 6 mil a produtores rurais em troca de “perdão” de multas por irregularidades que sequer existiam. Um deles, inclusive, já foi ex-servidor do Instituto.

Segundo o delegado de plantão da 15ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Colatina, Thiago Dorneles, os três bandidos são acusados de falsidade documental, extorsão, associação criminosa e usurpação de função pública e, se condenados, podem ter pena de oito a 21 anos de prisão. “O trio era especializado neste tipo de crime”, afirma o delegado.

Vinicius Pires Moraes, 33 anos; Lourival Souza Lemos, 50 anos; Eliamar Vituriano da Silva, 34 anos, foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória de Colatina e estão à disposição da Justiça. Foram apreendidos com eles um carro, o bloco de notas que estava escondido no interior do veículo e os uniformes com identificação de servidores públicos.

O Golpe

Com um veículo Palio plotado com emblemas do poder executivo, o trio usava uniformes falsos do Iema e um bloco de multas do instituto. Os criminosos visitavam propriedades de Ibiraçu e Colatina, simulavam uma vistoria e depois diziam aos donos das áreas que havia irregularidades que, juntas, somariam R$ 80 mil. Para não aplicarem a multa, o trio pedia uma propina de R$ 6 mil.

A Prisão

Nesta terça-feira (20), o trio se dirigiu a uma propriedade onde ocorre extração de argila, na localidade de São Gabriel de Baunilha, em Baunilha, Distrito de Colatina. Lá simularam a vistoria e disseram ao proprietário que havia irregularidades e que aplicariam uma multa de R$ 80 mil. Porém, propuseram ao produtor uma propina de R$ 6 mil para anularem a punição.

A vítima ficou surpresa, uma vez que possui todos os documentos necessários para a atuação na extração de argila. Ele disse aos criminosos que teria que sacar a quantia em um banco no Centro de Colatina. O trio seguiu a vítima de carro até o banco. Lá, o produtor conversou com o gerente, que também desconfiou da situação, e o próprio gerente acionou a polícia.

Um dos presos é ex-servidor temporário do Iema.

Mais Vítima

Na quarta-feira (14), o trio visitou uma propriedade rural em Córrego Catuá, que fica a oito quilômetros de Baunilha, onde funciona uma empresa de extração de madeira. De acordo com o proprietário, o trio se apresentou uniformizado como fiscais do Iema e disseram que fariam uma vistoria no local.

“Disseram que iriam procurar algo de errado na empresa e, se não tivesse, aplicariam mesmo assim uma multa de R$ 80 mil. Fizeram uma proposta para me livrar da multa, se eu pagasse uma propina de R$ 1,5 mil. Paguei R$ 1.280 na hora e pedi para eles voltarem depois para pegar o restante da quantia e até ofereci um carneiro. Eles me passaram um contato no qual combinaríamos o dia da entrega. Logo que saíram, entrei em contato com o Iema e a Polícia Civil porque desconfiei dessa ação deles”.

O produtor rural disse que manteve contato com os suspeitos desde a quarta-feira e combinou de, nesta terça-feira (20), encontrá-los na propriedade. Policiais civis de Vitória, que estavam cientes da tentativa de golpe ao produtor também foram ao local. Eles estavam à paisana dentro e fora da propriedade para realizar a emboscada e prender os criminosos. No entanto, o trio resolveu parar na propriedade São Gabriel de Baunilha para aplicar mais um golpe, que terminou na prisão deles em Colatina.

Nota do Iema

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informa que recebeu a denúncia de que havia pessoas se identificando como servidores do órgão cobrando valores para emissão de licenças.

O Instituto acionou imediatamente a Secretaria Estadual de Segurança, que fez a apreensão dos indivíduos no Norte do Estado. As três pessoas envolvidas na fraude foram presas pela Polícia Militar, tentando aplicar um golpe em um produtor rural.

O Iema destaca que a população deve denunciar sempre à direção do Instituto qualquer suspeita de prática criminosa por meio dos telefones (27) 3636-2608 ; 3636-2540 ou por meio do [email protected]

O Iema salienta que não efetua cobrança de taxas por telefone nem durante fiscalizações ou vistorias para validação de procedimentos administrativos. Conforme previsto na Lei Estadual nº 7001/2001 e suas alterações, o pagamento de licenciamentos e serviços prestados pelo órgão ambiental só deve ser realizado por meio de Documentos Único de Arrecadação (DUA), emitido por meio da Secretaria de Estado da Fazenda. O pagamento deve ser exclusivamente efetuado junto às agências do Banestes ou à rede bancária autorizada.

Fonte: Gazeta Online

 

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