Cafeicultora de Água Doce do Norte tem produção recorde com lavoura de apenas 2 anos

A união da tecnologia com boas práticas de manejo, além de uma assistência técnica primorosa, levaram a uma produção recorde de café conilon numa lavoura de apenas dois anos de idade, numa propriedade de Vila Nelita, em Água Doce do Norte, na região Noroeste do Estado, quase três vezes maior que a média estadual.

A produtividade alcançada por Dilma Rodrigues ganha ainda maior relevância quando se sabe que sua lavoura foi plantada em 2015 e sua primeira colheita feita em 2017, período que a região enfrentou uma das estiagens mais severas da história.

O plantio das 16 mil mudas foi feito em abril de 2015, com espaçamento 3X1, produzindo 456 sacas piladas, em 2017, numa média de 95 sacas por hectare. Na região, segundo o Incaper, a média é de pouco mais de 36 sacas por hectare.

“É um espetáculo produzido por mudas clonais de cultivar melhoradas do café conilon. É um show. Mais uma pintura que nos deixa felizes e orgulhosos pela cafeicultura do conilon do Espírito Santo, uma referência no café no Brasil”, disse Romário Gava Ferrão, engenheiro agrônomo que comanda no Incaper há mais de 30 anos a equipe que trabalha no melhoramento de cultivares de conilon no Estado.

No início do mês, Romário foi homenageado na Assembleia Legislativa pelo deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) pelo seu trabalho, que levou ao desenvolvimento de um cultivar de conilon resistente à seca.

O CONILON NO ES

De acordo com dados do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), o Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por entre 75% e 78% da produção nacional. É responsável por até 20% da produção do café robusta do mundo.

O café conilon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes. É responsável por 35% do PIB Agrícola. Atualmente, existem 283 mil hectares plantados de conilon no Estado. São 40 mil propriedades rurais em 63 municípios, com 78 mil famílias produtoras. O café conilon gera 250 mil empregos diretos e indiretos.

O Estado é referência brasileira e mundial no desenvolvimento da cafeicultura do conilon, com uma produtividade média que já alcançou 35 sacas por hectare (sc/ha). Muitos produtores tecnificados chegaram a colher mais de 100 sc/ha.

A produtividade evoluiu muito nos últimos 25 anos, graças às tecnologias desenvolvidas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com diversas instituições.

Os maiores produtores de café conilon do Espírito Santo são, pela ordem, os municípios de  Jaguaré, Vila Valério, Nova Venécia, Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Pinheiros, Governador Lindenberg, Boa Esperança, Vila Pavão, São Gabriel da Palha, Colatina e Marilândia.

No Espírito Santo, cerca de 70% das lavouras de café conilon são conduzidas com irrigação. O tamanho médio das lavouras é de 8,0 hectares, conduzidas pelas famílias dos produtores. As plantações vêm sendo renovadas sob nova base tecnológica na ordem de 7% ao ano.

Os cafeicultores que utilizam as recomendações técnicas do Incaper têm alcançado produtividade superior a 80 sacas beneficiadas de café por hectare, e produto final de qualidade superior.

A região Noroeste é constituída por 17 municípios – Alto Rio Novo, Governador Lindenberg, Marilândia, Agua Doce do Norte, Ecoporanga, Mantenópolis, Alto Rio Novo, Agua Doce do Norte, Baixo Guandu, Colatina, Pancas, São Gabriel da Palha, Nova Venécia, Boa Esperança, Vila Valério, São Domingos do Norte e Águia Branca – e representa cerca de 47% de área (112 mil ha em produção) e 41,50% produção (4,130 milhões de sacas/ano).

A produtividade média de café na região é de 36,87 sacas/ha (dados de 2014). A cafeicultura está localizada em região de topografia mais acidentada, predominantemente de pequenos produtores de base familiar com bom nível tecnológico. Mais de 70% da cafeicultura na região é irrigada.

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